Global Energy Race



Depois de ter tido de ser submetida a uma cirurgia que me manteve fora de qualquer atividade física e, em especial, das pancadas do BTT durante uns tempos, iniciei a recuperação ativa com umas caminhadas a direito com o rio por companhia.

Sempre disse que detestava correr e que se me o vissem a fazer que o melhor era correrem também pois provavelmente estaria a ser perseguida por algum animal feroz, mas talvez pela abstinência de exercício físico forçada, a verdade é que na segunda caminhada dei por mim a "correr devagarinho" - um misto de anda depressa/corre devagarinho - durante 13km e a sentir-me bem.


Primeiro não queria acreditar que as costas não me estavam a matar por estar a correr. Depois não conseguia acreditar que afinal até gostava das sensações da corrida e mais, que o gostava de fazer sozinha. E foi assim que vi resolvido o único problema que me tinha impedido até então de experimentar o trail: o facto de achar que não podia, nem gostava, de correr.

Sem contar, a corrida passou a fazer parte da minha vida mas sem qualquer interesse em participar em provas. Sabe-me bem, ajuda-me a ganhar resistência que me faz tanta falta no BTT e não há prática mais simples nem económica.

Mas como já aprendi, nunca digas nunca, e dei por mim a participar num concurso organizado pelo Correr Lisboa com o apoio da Bimbo e quando dei por ela tinha mesmo ganho duas inscrições!

Ficou assim definida a minha estreia nas corridas em formato de prova, ainda para mais numa com expressão mundial e com um tema que nos merece todas as iniciativas. Quando contei ao Frederico a primeira coisa que ele me disse foi: eu vou contigo! E eu pensei: xiii! Mas ele não corre e tem os joelhos num oito... vai doer!


Mas eu sei dos planos dele para um futuro próximo e também sei que não haveria companhia que preferisse mais à dele nesta estreia que seria dos dois, por isso não havia nada mais a fazer senão dar-lhe todo o apoio para completar esta prova da melhor forma possível.

A uns dias da prova a coisa não prometia. Eu já não corria desde 27 de agosto e o Fred nem sequer ténis tinha. Mas lá tratou de ir comprar os ténis e de experimentar correr na passadeira do ginásio, e eu, acabei por só voltar a calçar os meus na véspera da prova para ver se ainda me lembrava de como se punha um pé à frente do outro.


Preparados ou não, no domingo estavamos animados e decididos a cumprir o nosso objetivo: acabar a prova sem parar. Na minha curta experiência por estas lides, tentei pensar em tudo o que podia ajudá-lo a cumprir o objetivo da melhor forma possível e quando fomos levantar os dorsais à Decathlon de Alfragide, comprámos umas meias de corrida que se revelaram fabulosas, uma bolsa de cintura para transportar o telemóvel, cartões, chaves e dinheiro sem chatear nem pesar, e, uns phones.

Como a prova começava no final da Av. da Liberdade (junto ao monumento dos Combatentes) e acabava na Torre de Belém, decidimos ir de transportes públicos e sair com alguma folga para não termos stresses desnecessários.


Chegados à avenida, a poucos minutos de começar a prova e depois de um mini-aquecimento posicionámo-nos no meio daquele mar de gente. Para não variar, encontrei gente conhecida, ou neste caso, encontraram-me ehehehe Acho sempre um bom pronúncio quando vemos caras conhecidas!


Deu-se a partida e saímos no ritmo de todos os que nos rodeavam. Quando passamos os restauradores ouço alguém a dizer que tinha de baixar o ritmo porque ía a 4 e qualquer coisa. Pensei para mim, estamos tramados, temos de abrandar senão ele (e muito provavelmente eu) rebenta! Mas como ao início torna-se difícil abrandar muito por estarmos literalmente rodeados de gente a correr tão ou mais depressa do que nós, tentei ir reduzindo consoante as pessoas se fossem dispersando e de forma a que não se notasse muito na nossa passada.





Ao terceiro quilómetro já íamos com 5:15/km e ainda assim estava com medo que fosse demasiado, mas como o Fred ia ali com o passinho certo decidi manter essa passada por mais um tempo. Se visse que ele começava a abrandar, baixaria o ritmo nessa altura porque o objetivo era unicamente acabar sem parar.

Estava calor, e o trajeto foi feito sempre ao sol. Eu ia a destilar, literalmente. Habituada sempre a correr pela fresca, tinha no calor e no sol dois inimigos que dispensava, mas fora isso ia até a sentir-me bem e quando dou por ela e à conta da música estava a apertar o passo. O Fred deu logo conta e "protestou" pelo que tratei de me manter um pouco atrás dele para garantir que não o voltava a fazer.

Fizemos quilómetro após quilómetro sempre no mesmo ritmo e a passar a marca das oito percebi que ele ia mesmo aguentar pelo que o objetivo deixou de ser que ele acabasse a correr, mas que acabasse com esta média que a meu ver era impressionante para quem estava a correr pela primeira vez... literalmente!

Aos 9km surge a única subida da prova e penso para mim, vai custar-lhe, mas vejo-o entrar na subida como se fosse a direito e fiquei parva. O malandro estava mesmo a sair-se melhor que a encomenda! Até abrandei só para apreciar melhor.

Conforme nos íamos aproximando da meta mais feliz me começava a sentir. Por ele, por ter tido esta estreia com ele, por ter gostado do ambiente que se viveu na prova e por gostar efetivamente do que tinha acabado de fazer. Cruzamos a meta num cumprimento atabalhoado aos 52:16, como ficou registado em vídeo!


Tínhamos cumprido com o nosso objetivo num tempo que não esperávamos e de sorriso na cara! Que melhor forma de nos estrearmos a cruzar uma meta!




Quanto à prova em si, falta-me a experiência para poder opinar, mas achei-a bem organizada e tudo correu de forma tranquila. Até as ofertas são fantásticas e úteis, apenas as t-shirts técnicas é que podiam ser mais pequenas, porque os tamanhos estavam digamos que inflacionados :p

Ficam então os resultados oficiais da prova:




Para leres a versão masculina desta estreia espreita aqui.

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